E aí passaram 4 anos. Era pra ser um emprego provisório que tomou uma boa parte da minha juventude. Se eu me arrependo? Bom, analisando o homem quem eu sou agora com o moleque que eu era quando comecei lá aos 18 anos, não me arrependo nem um pouco.
Vou poder ser aqueles velhos saudosistas que tem propriedade ao falar "oh, rala enquanto você é novo e tem energia, rala pra aprender o que é a vida, experiência e conhecimento ninguém te tira. Rala pra dar valor". E eu ralei, me fodi mais que algumas mulheres da vida por aí. Finais de semana, feriados e Natal. Madrugada, meio dia, no meio do sono - essa é a vida de quem foi trabalhar com TI.
Um lugar que te pedem o básico para ser contrato e esperam que devolva o mundo dissolvido no dia a dia. Mas tá ok, nunca carreguei o fardo sozinho. Desde de o primeiro momento em que pisei no trabalho até o último dia dividi o workload (como gostam dessa palavra, e como essa palavra supre as nossas necessidades). E toda essa cumplicidade faz nascer laços, dos laços o companheirismo e a amizade. Nunca estive em um lugar antes com tantas pessoas diferentes, cada qual a sua forma e todos aceitando as loucuras alheias, respeitando e também rindo da particularidade de cada um.
Não esperava menos que pessoas incríveis para aguentar esse estilo de vida. Acordar e saber que a risada do dia ta garantida. Combinar um happy hour de meia hora numa sala de reunião ou ir encher a lata depois trabalho e dar pt. Compartilhar da dor de ser privado da sua vida, dos shows perdidos e dos roles furados. As pessoas de fora não entendem muito bem como funciona tudo isso, e digo que fiz muitos amigos lá por essa sinergia comum que temos - conseguimos nos entender no que realmente se diz a respeito da vida. Por mais que parecemos superficiais, sabemos do valor de cada abraço de conforto e do riso que alguém te tira no momento em que você ta puto.
Não culpo o ambiente corporativo ou qualquer coisa assim pelas dificuldades, eu fiquei lá porque eu quis. Tem quem ta lá porque precisa, porque gosta, porque a família mandou, pra dominar o mundo, pra ter o dinheiro da balada, pra adquirir experiencia e tem os que nem sabem porque tão lá, mas tão!
Agora eu sou o cara que tá de fora disso tudo, mas sou o cara que mais vai dar valor pra vida, pros amigos e pros momentos. Foi tanta gente que passou por mim nesses 4 anos que eu não consigo nem numerar mas sei que de todas vou levar algo, nem que seja ao menos aprender a ter paciência pra aguentar.
Obrigado por esse ciclo da minha vida que tá fechando agora, ninguém sabe o quão importante foi pra mim passar por tudo isso.
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