28 julho 2013

RIP LUIZOT

E aí passaram 4 anos. Era pra ser um emprego provisório que tomou uma boa parte da minha juventude. Se eu me arrependo? Bom, analisando o homem quem eu sou agora com o moleque que eu era quando comecei lá aos 18 anos, não me arrependo nem um pouco.
Vou poder ser aqueles velhos saudosistas que tem propriedade ao falar "oh, rala enquanto você é novo e tem energia, rala pra aprender o que é a vida, experiência e conhecimento ninguém te tira. Rala pra dar valor". E eu ralei, me fodi mais que algumas mulheres da vida por aí. Finais de semana, feriados e Natal. Madrugada, meio dia, no meio do sono - essa é a vida de quem foi trabalhar com TI.
Um lugar que te pedem o básico para ser contrato e esperam que devolva o mundo dissolvido no dia a dia. Mas tá ok, nunca carreguei o fardo sozinho. Desde de o primeiro momento em que pisei no trabalho até o último dia dividi o workload (como gostam dessa palavra, e como essa palavra supre as nossas necessidades). E toda essa cumplicidade faz nascer laços, dos laços o companheirismo e a amizade. Nunca estive em um lugar antes com tantas pessoas diferentes, cada qual a sua forma e todos aceitando as loucuras alheias, respeitando e também rindo da particularidade de cada um.
Não esperava menos que pessoas incríveis para aguentar esse estilo de vida. Acordar e saber que a risada do dia ta garantida. Combinar um happy hour de meia hora numa sala de reunião ou ir encher a lata depois trabalho e dar pt. Compartilhar da dor de ser privado da sua vida, dos shows perdidos e dos roles furados. As pessoas de fora não entendem muito bem como funciona tudo isso, e digo que fiz muitos amigos lá por essa sinergia comum que temos - conseguimos nos entender no que realmente se diz a respeito da vida. Por mais que parecemos superficiais, sabemos do valor de cada abraço de conforto e do riso que alguém te tira no momento em que você ta puto.
Não culpo o ambiente corporativo ou qualquer coisa assim pelas dificuldades, eu fiquei lá porque eu quis. Tem quem ta lá porque precisa, porque gosta, porque a família mandou, pra dominar o mundo, pra ter o dinheiro da balada, pra adquirir experiencia e tem os que nem sabem porque tão lá, mas tão!
Agora eu sou o cara que tá de fora disso tudo, mas sou o cara que mais vai dar valor pra vida, pros amigos e pros momentos. Foi tanta gente que passou por mim nesses 4 anos que eu não consigo nem numerar mas sei que de todas vou levar algo, nem que seja ao menos aprender a ter paciência pra aguentar.
Obrigado por esse ciclo da minha vida que tá fechando agora, ninguém sabe o quão importante foi pra mim passar por tudo isso.

27 julho 2013

Harder, better, faster, stronger

A vontade real acontece quando você está em seu carro, bêbado e a caminho de casa. O resto são só acontecimentos que nos deixamos levar. 

23 julho 2013

Random access memories

Quantas vezes não decepcionamos a nós mesmos com impulsos, testes, curiosidade, descuidado e outras infinitas variáveis? Mas como é a nós, engolimos o descontrole e superamos rapidamente.

Então qual o motivo para acreditar que uma outra pessoa nunca vai te desapontar?
Quando temos qualquer tipo de relação com alguém há uma cláusula escondida, um paragrafo não lido em que concordamos em nos fuder em algum ponto do convívio - que esse período passe rápido ou vá além do que se imagina. E esse é o preço que se paga por criar memórias boas nesse intervalo de tempo de aceitar a pessoa e desistir dela.

É simples assim, mesmo você se esforçando para corrigir, manter ou disfarçar no final o que vale é a criação de memorias em que no memento em que vivenciou estava contente em estar naquela posição.

12 julho 2013

Bloco de Concreto

O conhecimento tira a graça das situações. Hoje em dia não acho mais nada místico, impossível de entender ou extremamente grande.
Todas aquelas sensações de quando você é criança onde seu mundo é muito maior porque só depende da  imaginação e das referencias tortas que recebemos da mídia e dos nossos pais.
Ir à igreja, um lugar que você deveria sentir se bem e em paz era quase o oposto. Eu travava com respeito, tentava lembrar de tudo o que podia e não podia ser feito, o que era todas imagens e significados. Me sentia julgado por um devaneio, pois lá eu estava pelado internamente parente a um juri muito maior.
Ir a lugares desconhecidos, no banco de trás do carro imaginando o que poderia ser toda aquela paisagem, o que tinha de escondido e o que acontecia enquanto eu não estava olhando. A falta de noção de espaço de pensar que no pomar da tia avó poderia ter um tigre, já que era cheio de mato e afastado da cidade, fazia sentido.
Até o simples anoitecer e ir até a cozinha com a luz apagada era uma aventura. Voltar de alguma ocasião com seus pais depois da meia noite, ensonado, vendo as luzes passar pelo carro e o frio na barriga do que poderia haver na sombra.

Agora consigo entender religião e saber o que representa na minha vida. Trabalhei 4 anos durante a madrugada, em meio as sombras. Na faculdade estudo a relação do espaço e homem com a dinâmica da cidade. Toda essa carga da vida e conhecimento acumulado falta de tempo para a imaginação acabam deixando a vida crua, um bloco de concreto - frio e cinza.



03 julho 2013

A ilusão de quando não era nada

Meu bem, me fez tão mal.
Transformou meu tango nesse carnaval,
Que já passou.




Os sentimentos estão parando de fazer sentido novamente. Assim como uma tarde mal resolvida deixou tudo o que eu mais queria de lado, simples e descomplicado.
Confesso que estou tentando retomar, mas é difícil demais quando você não sabe se tem alguém no outro lado. Ainda não consegui me atirar dentro dos olhos dela e me sentir confortável.
Estava acontecendo tudo perfeitamente fora do planejado, maldita ideia de ajustar o que era pra ser desajustado. A sobriedade ferrou com o lance mais divertido e transparente.
Qualquer dia eu chame ela pra virar uma garrafa de tequila e tentar resolver isso.