08 dezembro 2013

Experiência


Eu sei la da onde surgiu essa minha insistência com Incubus. Apenas reconheci o que já tinha de mim ali, nas melodias e nas letras.
Um contratempo, uma explosão, uma agressividade e fragilidade, todo o carinho e a busca da melhora, os fatos que acontecem que não parecem grandiosos mas que representam muito no final do dia, um olhar observador. É sobre isso a música desses caras e é sobre o jeito que eu encaro a vida.
E ontem 07/12/13 houve a terceira apresentação deles no Brasil. Após ter visto duas vezes sóbrio, resolvi dessa vez encarar não como um show, mas como uma experiência.
No meio do show do O Rappa que antecedeu para eles, eu já estava num estagio de felicidade em que normalmente eu não me encontro. Então um a um foram entrando no palco e aos poucos eu fui me desligando do mundo ao meu redor. Foquei apenas no palco. Os sentidos já estavam cada vez mais aguçados. Já não existia mais multidão do meu lado, não conseguia prestar atenção em mais nada além da apresentação e tudo o que eu sentia. E não era pouco o que eu estava sentindo, eram todos os pedaços do meu corpo, as luzes do palco muito bem sincronizada com as músicas que dançavam no meio da garoa que só São Paulo pode proporcionar, o vento que acariciava o rosto a todo momento de euforia. O som limpo, alto que rebombava dentro do peito. 
Não, não estou exagerando na descrição, pode parecer comum ou normal para quem estava de fora dessa comunhão com o momento mas eu sentia cada batida, enchia meus olhos todo aquele movimento no palco e a forma como a banda também levava a sério aquela apresentação, era muito comprometimento com todos os sentidos envolvidos, eu realmente consegui entrar na vibe de cada música, e em especial o Brandon que dançava de acordo, eu não era o único que estava sentindo daquela maneira. O admiro por conseguir sentir tudo isso todo show, e sóbrio.
Eu realmente estava ligado apenas em sentir tudo, todos os sentidos em comunhão, era só coisa boa saindo e chegando em mim. Foi uma experiência  surreal.

08 novembro 2013

Cada um por si

Encaramos o mundo com o nosso olhar e o sentimos como estamos nos sentindo. Não conseguir ter empatia pelo sentimento alheio só reforça que estamos submersos em nosso próprio mundo e sendo afogado pelos sentimentos que não conseguimos nos livrar.
Ultimamente, em 24h consigo ser o escroto que não entende como as pessoas são felizes e também ser o cara que vendo o por do sol não consegue entender como alguém duvida da espiritualidade que nos envolve.
Como atrair pessoas com a mesma vibe, fazer parceria e gerar companheirismo quando se tem essas variações gigantes o tempo todo? A falta de dividir as mesmas noias, sentir e passar por situações parecidas e ter cumplicidade com alguém parece cade vez mais distante. É cada um no seu mundo, sobrevivendo a sua maneira.

21 outubro 2013

Sem correntes

A mudança de emprego me fez bem por além dos motivos óbvios de que eu entrei na minha área, estou fazendo um horário bom e etc.
Consegui perceber que eu não tenho mais apego. Eu poderia me mudar para a China sem peso de deixar algo para trás. Sair do meu primeiro emprego no qual fiquei 4 anos e construí relações com pessoas excepcionais me provou que tá comigo o que eu preciso.
Minha competência, meu valor, meus contatos, meus jeitos, a certeza de ter as pessoas que gosto ao meu lado independendo da situação me tranquiliza. Tudo é ciclo, uma fase atrás da outra que eu to aceitando de braços abertos e querendo tirar o máximo de cada situação.

01 setembro 2013

Forever Young



Ontem eu estava com uns amigos de mais de 10 anos de convivência conversando e colocando algumas músicas para tocar, até que eu, animado pra caralho coloco a versão do Youth Group de Forever Young. Sempre achei que essa música significava mais do que um lema para quem tem síndrome de Peter Pan, mas ai deixei o álcool falar o motivo que eu realmente curto essa música, e passei a gostar ainda mais dela.
Conheci as pessoas que eu estava ontem quando eu tinha por volta 10 anos de idade, e por brincadeiras sem motivo maior sempre se ouve "você sempre vai ser o gordinho simpático" ou pra outra pessoa "já esperava isso de você, todo intervalo você mostrava a bunda" e coisas assim.
E se essas pessoas não tivessem mais por perto? Essa parte da sua juventude estaria morta, a lembrança de você novinho não existiria para ninguém e não teria o resgate de quem você foi. Ou seja, a gente só vai conseguir ser eternamente jovem ao olhos das pessoas que conhecemos na época.
Quando somos crianças não conseguimos pensar que nossos pais já foram crianças ou que aquela velha da esquina já foi gostosa um dia: porque conhecemos eles nessa situação e não temos referencias de como eram quando jovens. Ai crescemos e ouvimos histórias deles e conseguimos ver que também passaram por todas as fases, mas para nós não parece real porque não compartilhamos o momento com eles.
Forever Young não é um hino de quem tem medo de crescer, mas sim de lembrar-se de sempre ser sua versão jovem, cheia de vida com ótimas lembranças para quando esquecermos quem fomos.

19 agosto 2013

All these thing that I've done

I've got soul, but I'm not a soldier. I've got soul, but I'm not a soldier. I've got soul, but I'm not a soldier. I've got soul, but I'm not a soldier. I've got soul, but I'm not a soldier. I've got soul, but I'm not a soldier. I've got soul, but I'm not a soldier. I've got soul, but I'm not a soldier. I've got soul, but I'm not a soldier. I've got soul, but I'm not a soldier. I've got soul, but I'm not a soldier. I've got soul, but I'm not a soldier. I've got soul, but I'm not a soldier. I've got soul, but I'm not a soldier. I've got soul, but I'm not a soldier. I've got soul, but I'm not a soldier. I've got soul, but I'm not a soldier. I've got soul, but I'm not a soldier. I've got soul, but I'm not a soldier. I've got soul, but I'm not a soldier. I've got soul, but I'm not a soldier. I've got soul, but I'm not a soldier. I've got soul, but I'm not a soldier. I've got soul, but I'm not a soldier. I've got soul, but I'm not a soldier. I've got soul, but I'm not a soldier. I've got soul, but I'm not a soldier. I've got soul, but I'm not a soldier. I've got soul, but I'm not a soldier. I've got soul, but I'm not a soldier. I've got soul, but I'm not a soldier. I've got soul, but I'm not a soldier. I've got soul, but I'm not a soldier. I've got soul, but I'm not a soldier. I've got soul, but I'm not a soldier. I've got soul, but I'm not a soldier. I've got soul, but I'm not a soldier. I've got soul, but I'm not a soldier. I've got soul, but I'm not a soldier. I've got soul, but I'm not a soldier. I've got soul, but I'm not a soldier. I've got soul, but I'm not a soldier. I've got soul, but I'm not a soldier. I've got soul, but I'm not a soldier. I've got soul, but I'm not a soldier.

You know you got to help me out and when there's nowhere else to run.
Is there room for one more son?
These changes ain't changing me: the cold-hearted boy I used to be. 

Commitmentphobe


OPS..

18 agosto 2013

Considerações


  • A questão não é ela. A questão é como eu me sinto comigo quando tenho ela.
  • Acho que sou egoísta demais para sentir amor altruísta por alguém.
  • É pra ter a sensação de dever cumprido no final?
  • Me senti seguro emocionalmente quando na verdade era o momento que eu estava mais exposto.
  • Até onde essa confiança interna que um relacionamento gera afeta os outros aspectos da vida?
  • Como conseguir essa confiança sem ninguém para ser muleta?
  • A vida é melhor sozinho ou com alguém? Já conheço os dois lados das duas situações e não consigo me decidir ainda.
Love is not a matter of the heart, it’s all in our brain. Chemicals like dopamine and norepinephrine are released when in love. The chemicals increases energy, increases focus, and helps make us feel fucking awesome all the time. In fact, research shows brain activity in love is almost identical to our brain activity on cocaine.

08 agosto 2013

Ruido

A organização do meu quarto é inversamente proporcional a organização da minha cabeça. 
Hoje, nenhuma roupa acumulada ou fio caido. Como que se do lado de fora tiver tudo certo refletiria do lado de dentro. 

04 agosto 2013

Suburbia




All the kids are gone
But I'm sure I'll stay here
'cause nothing is worse than the silence
Which makes you hear your lowest mind's voice

It is the same with all punk kids?
Are we so afraid of our time passing by?
Just one more coffee... just one more kiss...
Just one more sing... it's all that i need 
To feel like the world isn't bad enough


Faço da minha vida esse cenário porque cresci no meio dessas músicas ou essas músicas apenas dizem por mim porque tem vários bagunçados no mundo como eu?

28 julho 2013

RIP LUIZOT

E aí passaram 4 anos. Era pra ser um emprego provisório que tomou uma boa parte da minha juventude. Se eu me arrependo? Bom, analisando o homem quem eu sou agora com o moleque que eu era quando comecei lá aos 18 anos, não me arrependo nem um pouco.
Vou poder ser aqueles velhos saudosistas que tem propriedade ao falar "oh, rala enquanto você é novo e tem energia, rala pra aprender o que é a vida, experiência e conhecimento ninguém te tira. Rala pra dar valor". E eu ralei, me fodi mais que algumas mulheres da vida por aí. Finais de semana, feriados e Natal. Madrugada, meio dia, no meio do sono - essa é a vida de quem foi trabalhar com TI.
Um lugar que te pedem o básico para ser contrato e esperam que devolva o mundo dissolvido no dia a dia. Mas tá ok, nunca carreguei o fardo sozinho. Desde de o primeiro momento em que pisei no trabalho até o último dia dividi o workload (como gostam dessa palavra, e como essa palavra supre as nossas necessidades). E toda essa cumplicidade faz nascer laços, dos laços o companheirismo e a amizade. Nunca estive em um lugar antes com tantas pessoas diferentes, cada qual a sua forma e todos aceitando as loucuras alheias, respeitando e também rindo da particularidade de cada um.
Não esperava menos que pessoas incríveis para aguentar esse estilo de vida. Acordar e saber que a risada do dia ta garantida. Combinar um happy hour de meia hora numa sala de reunião ou ir encher a lata depois trabalho e dar pt. Compartilhar da dor de ser privado da sua vida, dos shows perdidos e dos roles furados. As pessoas de fora não entendem muito bem como funciona tudo isso, e digo que fiz muitos amigos lá por essa sinergia comum que temos - conseguimos nos entender no que realmente se diz a respeito da vida. Por mais que parecemos superficiais, sabemos do valor de cada abraço de conforto e do riso que alguém te tira no momento em que você ta puto.
Não culpo o ambiente corporativo ou qualquer coisa assim pelas dificuldades, eu fiquei lá porque eu quis. Tem quem ta lá porque precisa, porque gosta, porque a família mandou, pra dominar o mundo, pra ter o dinheiro da balada, pra adquirir experiencia e tem os que nem sabem porque tão lá, mas tão!
Agora eu sou o cara que tá de fora disso tudo, mas sou o cara que mais vai dar valor pra vida, pros amigos e pros momentos. Foi tanta gente que passou por mim nesses 4 anos que eu não consigo nem numerar mas sei que de todas vou levar algo, nem que seja ao menos aprender a ter paciência pra aguentar.
Obrigado por esse ciclo da minha vida que tá fechando agora, ninguém sabe o quão importante foi pra mim passar por tudo isso.

27 julho 2013

Harder, better, faster, stronger

A vontade real acontece quando você está em seu carro, bêbado e a caminho de casa. O resto são só acontecimentos que nos deixamos levar. 

23 julho 2013

Random access memories

Quantas vezes não decepcionamos a nós mesmos com impulsos, testes, curiosidade, descuidado e outras infinitas variáveis? Mas como é a nós, engolimos o descontrole e superamos rapidamente.

Então qual o motivo para acreditar que uma outra pessoa nunca vai te desapontar?
Quando temos qualquer tipo de relação com alguém há uma cláusula escondida, um paragrafo não lido em que concordamos em nos fuder em algum ponto do convívio - que esse período passe rápido ou vá além do que se imagina. E esse é o preço que se paga por criar memórias boas nesse intervalo de tempo de aceitar a pessoa e desistir dela.

É simples assim, mesmo você se esforçando para corrigir, manter ou disfarçar no final o que vale é a criação de memorias em que no memento em que vivenciou estava contente em estar naquela posição.

12 julho 2013

Bloco de Concreto

O conhecimento tira a graça das situações. Hoje em dia não acho mais nada místico, impossível de entender ou extremamente grande.
Todas aquelas sensações de quando você é criança onde seu mundo é muito maior porque só depende da  imaginação e das referencias tortas que recebemos da mídia e dos nossos pais.
Ir à igreja, um lugar que você deveria sentir se bem e em paz era quase o oposto. Eu travava com respeito, tentava lembrar de tudo o que podia e não podia ser feito, o que era todas imagens e significados. Me sentia julgado por um devaneio, pois lá eu estava pelado internamente parente a um juri muito maior.
Ir a lugares desconhecidos, no banco de trás do carro imaginando o que poderia ser toda aquela paisagem, o que tinha de escondido e o que acontecia enquanto eu não estava olhando. A falta de noção de espaço de pensar que no pomar da tia avó poderia ter um tigre, já que era cheio de mato e afastado da cidade, fazia sentido.
Até o simples anoitecer e ir até a cozinha com a luz apagada era uma aventura. Voltar de alguma ocasião com seus pais depois da meia noite, ensonado, vendo as luzes passar pelo carro e o frio na barriga do que poderia haver na sombra.

Agora consigo entender religião e saber o que representa na minha vida. Trabalhei 4 anos durante a madrugada, em meio as sombras. Na faculdade estudo a relação do espaço e homem com a dinâmica da cidade. Toda essa carga da vida e conhecimento acumulado falta de tempo para a imaginação acabam deixando a vida crua, um bloco de concreto - frio e cinza.



03 julho 2013

A ilusão de quando não era nada

Meu bem, me fez tão mal.
Transformou meu tango nesse carnaval,
Que já passou.




Os sentimentos estão parando de fazer sentido novamente. Assim como uma tarde mal resolvida deixou tudo o que eu mais queria de lado, simples e descomplicado.
Confesso que estou tentando retomar, mas é difícil demais quando você não sabe se tem alguém no outro lado. Ainda não consegui me atirar dentro dos olhos dela e me sentir confortável.
Estava acontecendo tudo perfeitamente fora do planejado, maldita ideia de ajustar o que era pra ser desajustado. A sobriedade ferrou com o lance mais divertido e transparente.
Qualquer dia eu chame ela pra virar uma garrafa de tequila e tentar resolver isso.

28 junho 2013

8 anos

E já fazem 8 anos que eu tinha 15 anos. 
8 anos é o tempo do ensino fundamental. É o tempo de um bebê nascer, crescer e ta lendo. É o tempo pra ser jubilado na faculdade. 
8 anos é muito tempo pra eu ainda me sentir a mesma pessoa. 

26 junho 2013

Quanto menos, menos



Até eu quebrar a perna achava que era desculpa de vagabundo aquela boa frase "Quanto menos se faz, menos se quer fazer", porém não é desculpa.
Deve ser questão de inercia, o que está em movimento tende ficar em movimento e o parado, bem, fica parado. No período em que estava de pé quebrado, nas últimas semanas do semestre cheio de trabalhos e provas eu não conseguia dar conta nem daquilo. Ia atrás de software, leitura, referências e conciliar os roles e tudo mais.
Fechei na faculdade, os roles estão diminuindo e longe do trabalho eu tenho todo o tempo do mundo para fazer o que eu bem entender. Só que toda essa liberdade de escolha me deixa sem saber o que fazer, do que ir atrás, do que eu teria que fazer. As horas de sono aumentam cada dia, assim como cansaço de ficar deitado o dia todo e alternando entre os cômodos e outro da casa. 
Estou lendo 3 revistas, 2 livros, vendo 3 seriados e minha área de trabalho do computador está extremamente desorganizada. Eu não estou conseguindo terminar nada, focar em uma só coisa. Falta um motivo real para eu conseguir organizar tudo isso? Falta foco ou interesse? Falta pressão de algo? 


20 junho 2013

The greatest things sometimes must flow

Me pergunto como a garota que eu admiro o olhar instigante e o sorriso de quando ela perde a argumentação possa querer me dar algo em troca. Talvez seja porque ela possa gostar de como eu enfrento suas razões. Talvez.
A questão é lembrar sempre de quem você é. Dos gostos, qualidades e principalmente dos defeitos e particularidades. As chatices e vontades fazem uma pessoa ser ímpar. Não conseguimos nos livrar desses trejeitos nunca, somos o que somos e quanto mais tentamos disfarçar mais difícil é para nos mostrar e se sentir confortável. Ninguém é correto, e não há modo certo das situações se desenrolarem. As surpresas fazem da vida menos linear.

13 junho 2013

Tempo de Pipa




Eu vou te acompanhar de fitas
Te ajudo a decorar os dias
Te empresto minha neblina
Vamos nos espalhar sem linhas
Ver o mundo girar de cima
No tempo da preguiça

Mas tudo bem
O dia vai raiar
Pra gente se inventar de novo 

O que você é enfim?
Onde você tem paixão?
Segue por aí
Eu não sou ninguém demais
E você também não é
É só rodopiar
Em busca do que é belo e vulgar

10 junho 2013

Okay I Believe You, But My Tommy Gun Don't



I am heaven sent.
Don't you dare forget.
I am all you've ever wanted.
What all the other boys all promised.
Sorry I told.
I just needed you to know.

It's so hard to have someone to love.
And keeping quiet is hard.
'Cause you can't keep a secret if it never was a secret to start.
At least pretend you didn't want to get caught.

We are so controversial.
We are entirely smooth.
We admit to the truth.
We are the best at what we do.

My tongue's the only muscle on my body that works harder than my heart.

28 maio 2013

Cheia de intensão

É uma transa discreta.
É troca de teoria, é querer ter razão
para vencer e ficar por cima.
Segurar os braços e desarmar, 
mas por um lapso de atenção
ter as unhas cravada nas costas.
É a constante inversão e quebra de clima,
mas a cada olhar a tensão aumenta.
Não há trégua ou consolo,
a intensão está no sorriso
e a consequência é o nosso limite.

23 maio 2013

Tira o pé do chão

Documentário sobre HC nos anos 2000

E abre na minha janela o seguinte documentário no site da Zona Punk sobre o movimento hardcore nos anos 2000. E qual a importância disso? Meus gostos, meus roles, minha noias, meus amigos, minha cultura, meu olhar no mundo, minha formação.

Foi onde eu consegui achar uma identidade e me sentir parte. Não foi apenas música, mas ela foi o que fez tudo isso girar e acontecer. Eu poderia dar os mesmos relatos dos caras do documentário, os quais eu já vi algumas vezes em diferentes lugares. E 10 anos depois ver esses relatos me faz ter certeza que eu fiz parte da cena, do meu modo e com as minhas limitações, porém com todo o coração e veracidade.

Aos 13 anos descobrindo a internet me trombei com essas bandas. Amigos indicando e trocando informação sobre as letras, lançamentos e turnês  Mais de uma hora para baixar UM único arquivo .mp3 para então integrar aquela sua lista de 50 músicas no Winamp.

Nessa fase de começo de adolescência é crucial todas as experiências e o que te rodeia. Então todas aquelas questões de drogas, sexualidade, politica, religião me fez pensar no que eu queria, o que eu aceitava. Não sabia o que queria, fase negra - porém sabia exatamente o que eu não queria e não aceitava. As letras com conceitos filosóficos e políticos, histórias de amor, de revolta e adaptação. A utopia de um mundo como nossos olhos veem e como nossa galera vivia.

Tudo isso me tornou um cara não fútil, mais esperto - as vivencias em show e em multidões te ensinam - com noção de assuntos que não teriam chegado a mim se não fosse por essas horas prestigiando tais músicas. Aqueles domingos logo após o almoço que eu tinha que tretar com a minha mãe pra ir aos show. Ela tinha razão, eu era bem novo, porém eu estava completamente lúcido e dentro da situação. Mas meus pais não facilitavam, e por querer estar presente, eu pegava ônibus, juntava dinheiro para comprar aquele CD da mão dos caras e aproveitar toda aquela vibe.

Poderia ainda discorrer sobre a influencia na linguagem, na vestimenta, no comportamento e tudo o que está por trás dessa vivência. Foi um período muito forte e que me moldou. Não há chances disso ser esquecido ou retirado. Foi lapidado com o tempo, deixou de ser tão forte, até porque o momento passou e eu me abri para muito mais coisa. Ainda hoje, quando vejo que vai ter shows como aqueles que eu ia aqui por perto, eu vou sem hesitar, canto as músicas, converso e noto as mesmas pessoas que via anos atrás e sei que essas pessoas também tem marcas desse passado.

Aí resolvi marcar a importância da música em mim.


20 maio 2013

A Falta

Eu tive um amor mas foi a dor que me ensinou a ser quem sou.

Alguns, na verdade. Me blindei porque me recusei a sofrer. Agora me recuso a aceitar que sinto falta de ter alguém. Me mostraram que é necessária uma palavra, nem que seja no fim do dia ou um gesto que surpreenda. Não consigo dizer isso em voz alta, me defendo dizendo que tenho todas as possibilidades de uma pessoa livre. Alguns dias ficam tão vazios quanto as garrafas de cerveja que esvazio. Porém se as garrafas estão vazias, eu não to em mim, e por mim ta ok.

Não sei, mas se talvez viesse pra ser do bem e fizesse questão de ser além. [CDMNTDN]

15 abril 2013

As faster as you can

É incrível como algumas percepções mudam com as vivências que passamos. Nunca me permiti me apaixonar, controlava a situação até não ter saída, mas sempre em fogo baixo, deixando as coisas rolaram em seu tempo.
Agora to sentindo a necessidade de me apaixonar, e viver tudo a mil por hora. As relações sempre se esgotam, então que se esgotem rápido. Só quero o máximo que posso, a intensidade é a questão agora. É só pelo momento de ter o frio na barriga e deixar sua vida na mão de alguém por alguns momentos e ter a de alguém nas minhas.
Dor e peito apertado são motivos para fazer as coisas acontecerem, a vida acaba virando um jogo onde tem riscos que mexem no seu humor e expectativa. E são só sentimentos bons crescendo dentro, independente se a outra pessoa queira recebe-lo. Mal não vai fazer..

03 abril 2013

Spotless Mind

Deve ser culpa das drogas, só pode. Minha memória seletiva não tem motivos para te apagar dessa forma tão bruta. Queria poder fechar os olhos e lembrar dos bons momentos. Mas não tem mais nada lá, eu tento lembrar do seu cheiro e não consigo, a forma que você me exitava nem se passa mais pela minha cabeça, se eu ouvir, talvez, umas das nossas piadas por ai vou rir e nem vou reconhecer.
É um peso absurdo não me reconhecer olhando 2 meses pra trás. Eu realmente fui feliz, eu aproveitei tudo o que eu quis. Todos os roles, todas preguiças, todas gordisses.
Espero realmente que seja porquê eu tive tudo o que quis, vivi o que tinha que ser e simplesmente esgotou e foi esse o motivo do termino, se não eu realmente vou fazer a terapia que você me recomendou.

12 março 2013

Além do sofá

Parece história de outra pessoa. Como se aqueles lábios com batom vermelho nunca tivessem sido tocados pelos meus, aqueles arrepios todos não tivessem sido provocado por mim.
Na minha cabeça, nós e nus no sofá refletidos na TV sob o calor as 16h no sábado entediante fosse uma descrição de juras e de tudo que envolve o amor. Mas é só uma discrição na memória.
Os olhos pedantes, o toque macio e as palavras tremulas que sambavam em sua boca antes de sair sempre pensando no que eu iria responder. Eu nunca respondia. Minhas palavras tinham preguiça. Faltou urgência, faltou vida além do sofá.

07 março 2013

Um e oitenta

Só mais um e oitenta. Dez quilometros em um carro popular. Vai de uma ponta a outra da cidade, por um deslise. A mão esquerda pra fora da janela do carro, a direita engatando a próxima marcha. No rádio algo que estava fazendo sentido. Nos lábios outro beck que não ascendi por falta de isqueiro.


05 março 2013

Fases estúpidas

Aos 13 o seu circulo social inteiro começa a beijar, por mais que você já tenha beijado, é engraçado saber que todos estão a procura disso.
Aos 16 é a mesma história, só que com sexo.
Aos 18 todos já estão tendo um relacionamento mais sério, é o começo do rumo que temos que dar na vida.
Aos 22 já estou vendo pessoas que foram próximas a ter filhos, casar e não têm nem pista do que são na vida.
E eu não me sinto nem próximo de nenhum dos itens acima nesse momento! Lógico, beijar/sexo é sempre uma ótima opção, caso role um relacionamento não da para fugir, porém o lance de ter um plano de vida, querer estabilizar e cuidar de outro ser humano ainda é atordoante para mim.
Talvez eu esteja atrasado nesse processo de aceitação. Ainda não consigo considerar que eu posso ser o homem da família que vai dar um jeito de ficar tudo bem, sempre! Tudo isso deve ser falta de confiança.

04 março 2013

Vim



o espelho está cansado de ouvir
frases feitas para lhe agradar
no ensaio até que fica bom
mas na hora de dizer
dá um medo de ouvir um não
não misture as coisas


02 março 2013

Your business

Nobody should make you feel bad for the life you lead.

26 fevereiro 2013

Off the wall

I let the wind blows the photos off my wall,
it may be the best way.
Seems like natural
and I don't need to dirty up my hands
with such a filthy and senseless move.
Just like time turning rocks to sand
Easy, slow and full of patience,
pretending there is time to spend
when neither time or good will would help.
This pain is going to mess up my mind for the next time to come.
It is a circle that doesn't stop turning and the end of the story has already been told.

Rotina

Peito apertado. Cochilo de 4 horas. Cafeina. Queda de braço. Pausa e cafeina. Queda de braço perdida, cochilo. Melhor parte do dia, peito apertado. Ciclo.

Rascunho de esboço

É incrível minha incompetência para demostrar sentimentos.
Não consigo traduzi-los em palavras, desenhos, arte e muito menos em coisas reais.
É como se minha cabeça fosse uma tela em branco, onde eu poderia pintar tudo o que quisesse, fazer da maneira que desejo, só que falta competência.
Não sei escolher o material para o esboço, minha mão não é firme para manter o traço, a inspiração não chega. Mas a expiração da fadiga mental é quase um urro.
Seja por isso talvez que eu precise de algum guia. Uma pessoa que me de motivos para ter inspiração, que termine o traço e que comece o desenho para eu conseguir terminá-lo de uma forma incrível.
Por mais que ser sozinho seja um prazer, ter alguém incentivando me faz sentir como um artista sem bloqueios.


24 fevereiro 2013

Myth busted!

 1998
 2004
2008
2013

Tenho aquela minha teoria que amigos não se faz, se reconhece. E foi assim simples, na segunda série no começo do ano a gente não se falava mas levantava o caderno pra rir dos homens linguiça que desenhávamos. E não teve motivo, não tinha profile para ver se valia a pena conversar com aquela pessoa. Foi apenas reconhecimento de algo que já existia nos dois. 
Desde então crescemos juntos, aprendemos quase as mesmas coisas e compartilhamos gostos, vida e experiências e sinto orgulho do que nos tornamos e ainda estarmos presentes.

03 fevereiro 2013

Abstinência

E agora fora do olho do furacão, arremessado na posição de observador, toda a tontura de ficar rodando bateu. Fecho os olhos e continuo girando.
Meu estomago tá embrulhado, estou querendo gorfar em qualquer canto da casa.
Talvez essa seja a sensação de abstinência. Abstinência dos domingos acompanhado, com cafuné, sexo, massagem, risada.
Talvez eu realmente tenha medo e não me permito ser feliz, como você tacou na minha cara algumas vezes, porém eu não podia continuar a iludir e dar firmamento aos planos que não cabem mais em mim.
Eu sei sofrer mas odeio ser responsável pela dor dos outros. E alguém com tanta vida e expectativa não merecia essa surpresa desagradável.
Eu estou me sentindo mal, não consigo imaginar como o outro lado está. Me conforta saber que eu tentei, vivi o que eu pude e quis, não menti em nenhum gesto.


01 fevereiro 2013

A dança dos ácaros

Era inverno e eu ainda não era alérgico a poeira, jornal, carpete, pelos e derivados.
Era um cobertor pesado, degrade: do azul petróleo ao verde médio.
Entre minha cama e a do meu irmão havia uma janela. Delicadamente minha mãe entrava no quarto e abria uma pequena fresta, nos dando beijo de bom dia e falando para a gente ir acordando.
Eu fazia questão dos 5 minutinhos, mas ficava acordado. Aconchegado no calor que o cobertor de inverno proporcionava, com apenas um olho semi aberto para observar a dança dos ácaros e dos pelos no faixe de luz natural da manhã que adentravam o quarto.
Milhares de pontinhos furta cor que só existem no limite da luz projetada pela janela pouco aberta, nos dias especiais de tirar aqueles cobertores do guarda roupa.

14 janeiro 2013

Elei(dentifica)ção

A gente não elege amigos, apenas identificamos eles no meio de todas as outras pessoas . Também não paramos para analisar criticamente a letra das músicas e suas melodias, apenas nos identificamos com o sentimento e o sentido que ela tem. Um filme complexo para alguns as vezes me é tão simples e vice versa, pois o compreendimento dos diálogos e das interações humanas é perceptível à vida que levo, do que acredito e nas minhas razões.
Não podemos simplesmente desvalorizar e julgar inaceitável comportamentos e sentimentos das obras só porque não sentimos da mesma forma. Alguém, na mesma sala do cinema, três fileiras para baixo se sentiu tocado e reconheceu, talvez, um novo filme favorito. Não há fórmulas para construir um acervo de obras que nos identifique, apenas coletamos e separamos o que nos é aceitável, poético e simples.

11 janeiro 2013

I gotta a need to feel, so I shake it

Acho que eu nasci pra fazer memórias a algo perene. Memórias que guardamos com carinho são sempre bonitas, alegres, cheias de vida. O cérebro ignora o que foi ruim e deixa as partes boas, que são as que importam.
A vida é cheia de ciclos, começa um com o fechamento de outro. Adiciona situações e pessoas durante. Levamos sempre para o próximo o aprendizado e os sentimentos que nos satisfazem. Mas tudo, sempre, tem um fim. O ciclo pode durar décadas, meses ou horas dependendo do contexto, mas ele se encerra.
Gosto de achar que sou o diretor, que faço cenas bonitas para a minha vida, como se fosse episódios rumando pra season finale. Tem que ter um clímax, não podemos adiar para a próxima temporada a parte que nos faz querer vomitar, chorar ou sair correndo. Se a temporada não está boa, não há renovação de contrato.
Minha vida tem esse padrão, sempre teve. Não é proposital, é meu estilo de viver que eu nunca me dei conta. Tento fugir, tento mudar ou me adaptar, mas acabo sempre me odiando por não estar sendo eu.
É tosco e infantiloide porém funcionou até agora.


07 janeiro 2013

Echo

Could you show me dear, something I've not seen?
Something infinitely interesting


Sentimentalmente resiliente

Cada vez mais me convenço que a tristeza ou indiferença não é a parte errada, e sim essa busca insana pela felicidade e plenitude.
É a inércia: você não nasce com sentimentos, então tende a não ter sentimentos especiais. Por algum motivo qualquer você tem a graça de sentir a felicidade ou a plenitude, e então acaba, foi um momento. Da mesma forma com a tristeza, só que como tudo que conhecemos, a propensão para não estar nas condições ideais é maior que para ter algo te puxando para trás, onde acabamos experimendo mais da tristeza.
A felicidade é a heroína da nossa geração. Todos que experimentaram a querem de novo, mendigam e se escoram em ícones que acreditam ser uma ponte até essa droga, como se fosse assim simples.
Ainda bem que somos sentimentalmente resilientes.

De verdade, de mentira

"Quem é de verdade sabe quem é de mentira" - Pra mim era só mais uma filosofia de rodoviária do Charlie Brown Jr, mas minha mãe gosta tanto dessa frase que pensei melhor a respeito, afinal foi uma pessoa mais vivida e que eu admiro que à fez ser notada.
A frase é direta e restrita ao binômio "verdade" e "mentira", que pra mim são variáveis e não devemos julgar pontos de vistas levianamente.
Me convenci que essa frase tem seu valor e sentido ao analisar que os iguais se reconhecem. Portando assim separando os de "verdade" e os de "mentira".
Só que os iguais tem quase um pacto no olhar em não deixar transparecer que são marcados com as mesmas cicatrizes. Preferem o anonimato e a distancia "dos de verdade" - das pessoas que te sacam sem precisar conversar ou ter uma convivência maior.
É como estar de cueca numa multidão, é o não estar nu mas saber o que está por vir, porém sem saber o momento certo.
Então aí conseguimos notar que é um pouco mais, cada um tem o seu grupo "dos de verdade" e "dos de mentira" em níveis de compreendimento e diversos campos da percepção de vida.

Salva suas (pequenas/grandes) diferenças, isso tudo é a psicopatia que nós temos tentando nos manter vivos e inseridos na sociedade. Procuramos "os de verdade" para a maior parte dos nossos sentidos, temos a necessidade de ficar em bando. Já "os de mentira" são a tribo rival, com a maior parte dos sensos destorcido do nossos. Quando nos deparamos com as pessoas que reconhecem o nível e até onde sua psicopatia vai, logo a poupamos também inserindo no grupo "de verdade" porque ai nasceu instantaneamente uma chantagem não declarada e uma disputa de quem vai sobreviver mais tempo. O bom é que somos de essência pacifica e piedosa (entre outras palavras, cada um fica com seu cu na mão esperando o momento de fingir).

04 janeiro 2013

Massa humana

Era uma sexta-feira de manha logo após as esperanças do ano novo serem renovadas. Mas a cidade nunca para, 8 AM e as pessoas ainda estão com sono por ter tentado aproveitar o dia após seus compromissos, adentrando no horário do sono para se sentirem um pouco vivas.
Embarcam em suas rotinas, sobem na condução para virarem uma massa amorfa de pele, suor e ilusões. Ali deixam para trás os poucos momentos humanos que tiveram a poucas horas atrás.
A cobradora do ônibus com um olhar distante é trazida de volta da terra onde ela é bonita, feliz e desejada com apenas três batidas de moeda na sua bancada de cobrança por uma mulher não muito diferente dela. O que as diferenciavam era apenas que uma estava numa posição de passageira por aquele breve instante.
Trocaram um único olhar, como se se entendessem e comungassem do mesmo sentimento. Recebeu o dinheiro, a catraca girou. Uma fechou o olho para tentar recuperar o sono perdido e a outra se perdeu entre o resto da massa humana. Se quer trocarem uma palavra ou gesto que demonstrasse alguma cumplicidade e respeito por aquele momento que seria o mais intenso de seus dias repetitivos.