02 junho 2014

Autopista a 60km/h



Não estou encontrando um bom jeito de lidar com a dualidade do espaço e do tempo. Essas variáveis me variam.
É o acumulo de informação que são despejadas diante dos meus olhos onde o cérebro não consegue assimilar. É atravessar um oceano em um noite de sono e estar no velho continente. É se dar conta que tenho todo tempo do mundo para entregar o trabalho para semana que vem.
O tempo se esvai pelas frestas das mãos, como uma ampulheta sendo esmagada em um acesso de fúria por não conseguir exercer controle sobre ele. Uma semana é um longo período. Diante das tecnologias que possuímos, a nossa produtividade aumenta. O cérebro, orgânico e coitado, vibra sem parar e entender essa adaptação. Ele consegue, ele só sabe de 10% de todo potencial que tem.
Um trago e o tempo passa em câmera lenta. Consigo observar os detalhes, sentir o ar entrando pelas narinas, ver as folhas dançarem no ritmo do vento, acompanhar o apressado por do sol outonal.
Então começa a corrida, sua cabeça funcionando a mil. A mandíbula rígida e os nós brotando nas costas. Nessa pista de 24 horas, construo um muro de concreto e me faço pisar no freio. Encosto o pedal no assoalho do carro. Consigo sorrir de felicidade por ter parado a tempo, agradeço por estar vivo e então desmaio de cansaço. O sol que quis se por para descansar, levantou querendo competir com tempo impondo a falsa sensações de ciclos (como que se em sua ausência a lua concertaria tudo).
Após um tempo nesse processo de tensão, desaceleração e ciclo após ciclo parece que está tudo sob controle. Consegue-se equilibrar onde você quer estar e quanto tempo permanecer. Até o momento que você comparece, mas não consegue estar.
Todo o resto do mundo em um fuso, e eu no meu. Todo o resto lidando a sua maneira, e se saindo bem, pois me parece que é um obstaculo fácil que a maioria consegue vencer. Eu só vou, tento seguir o flow que não me serve para tentar reverter o tempo que eu estaria perdendo observando o sol se revesar com a lua.

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